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Serra do Mel-RN. Professor fala sobre o pânico vivido hoje pelos alunos da escola Padre José de Anchieta.



Hoje, os moradores de Serra do Mel, e especialmente a comunidade escolar da EEPJA, presenciaram uma tarde bem atípica, e tudo começou com uma forte onda de calor. Mas, essa sensação de tempo abafado não é nenhuma novidade; as nuvens carregadas já anunciavam a chuva que estava por vir e o calorão era só uma questão de tempo. Até cheguei a sugerir para um aluno 'reclamão' que ele poderia ir se refrescar na sala do diretor, "lá tem ar condicionado".

Tocou para o intervalo, e junto com a hora do recreio vieram a chuva e os relâmpagos. Muitos relâmpagos. O primeiro raio caiu tão perto da escola que alguns estudantes que estavam na fila do lanche relataram que ele havia atingido um poste no interior da instituição, pertinho do refeitório. Passado o susto inicial, os olhares foram se voltando para o céu e, a cada novo clarão, os gritos dos mais apavorados faziam coro com os trovões que se seguiam.

Demorou um pouco até percebermos que aquela não era uma chuva comum. A sequência de raios foi ficando cada vez mais frequentes, e outros, tão fortes quanto o primeiro, abalaram até mesmo os adultos, que a essas alturas tentavam manter a calma para evitar o pânico generalizado. Há quem diga que algumas dessas descargas atingiram em cheio a cobertura do ginásio, mas não sabemos ao certo.

A situação começou a se complicar quando a energia da escola caiu e espalhou-se o boato de que os ônibus estariam a caminho da escola para buscar os estudantes. Resultado: vários alunos se aglomeraram na saída à espera dos ônibus que simplesmente não iriam sair no meio daquela tempestade. Pânico, tumulto, gritaria, não demorou até que os primeiros começaram a passar mal. Houve relatos de desmaios e alguns estudantes tiveram que ser socorridos e levados ao hospital. O carro do diretor acabou virando ambulância.

Felizmente, até onde eu tomei conhecimento, ninguém se feriu, mas mesmo após o auge das descargas elétricas, quando os trovões foram ficando cada vez mais distantes, algumas pessoas - inclusive eu - relataram sintomas como náuseas, ansiedade, receio de vir a passar mal, e uma espécie de tristeza repentina. O fato é que, passado o susto, todos estavam loucos pra retornar às suas casas, para seus lugares seguros, para junto de suas famílias; leia-se mães.