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O pecado de Tite: técnico insistiu em camisa 9 que sai da Copa sem gols. Treinador tem enormes méritos na reconstrução da seleção pós-7a 1, mas sua teimosia em manter Gabriel Jesus cobrou um preço alto




O PECADO
 
 Técnico da seleção brasileira Tite gesticula durante partida contra a Bélgica - 06/07/2018 (Toru Hanai/Reuters)

técnico Tite chegou à Copa do Mundo com sua seleção como uma das favoritas e em lua de mel com a torcida. O treinador gaúcho assumiu o Brasil em um momento de crise da equipe, que passava por dificuldades nas Eliminatórias Sul-Americanas. Sob o novo comando, a seleção entrou no prumo, se classificou sem sofrimento para o Mundial e, em alguns momentos, mostrou um futebol que encantou. Natural, portanto, que as expectativas fossem altas na Rússia.

E, se teve enormes méritos na reconstrução do time pós-7 a 1, Tite também teve sua parcela de culpa no fracasso decretado com a eliminação precoce nas quartas de final, por 2 a 1, diante da boa Bélgica. O Brasil que brilhou nas Eliminatórias e nos amistosos, com o trio Neymar, Coutinho e Gabriel Jesus afinado, não apareceu nos gramados russos. As vitórias ou foram conquistadas no sufoco, como contra a Costa Rica, ou de forma burocrática, ainda que dominante, contra Sérvia e México. Em suma, faltou inspiração.

Talvez o maior “pecado” de Tite no Mundial tenha sido a insistência em Gabriel Jesus. Mesmo quando ficou claro que o camisa 9 do Brasil passava por uma fase ruim, sem conseguir balançar as redes, o treinador o manteve no time titular – por lealdade ou pela crença de que o atacante desempenhava uma função tática importante, ajudando na marcação. A teimosia cobrou seu preço. O centroavante sai da Copa sem marcar gols, que fizeram falta nesta sexta. Firmino, o reserva faminto por bola, acabou jogando poucos minutos.

 Outra decisão que se mostrou questionável foi a escolha de Fernandinho para o lugar do suspenso Casemiro. O volante do Real Madrid fazia um grande Mundial e sua ausência foi muito sentida contra a Bélgica, quando o Brasil sofreu com os avanços de Hazard, Lukaku e De Bruyne. Além do azar de fazer o gol contra, Fernandinho, um dos remanescentes do 7 a 1, jogou mal e Tite não conseguiu arrumar o meio de campo da seleção durante a partida.

Convocação

 De forma cruel ou não, a eliminação também traz de volta as críticas à convocação. Tite deixou de fora jogadores que poderiam ter sido úteis – o atacante Luan e o volante Arthur, ambos do Grêmio, são nomes que vem à cabeça. Principalmente em uma competição em que o Brasil sofreu com a questão física: Neymar, Fred e Fagner não chegaram 100%; Douglas Costa, Danilo e Marcelo tiveram problemas durante o torneio. E um dos convocados mais questionados, Taison, sequer entrou em campo – em uma indicação de que o técnico não confiava no seu potencial de mudar o jogo.
(Veja.Abril.com.br)